Chá de bênçãos

Fotografia: Camilla Albano

Na Antiguidade, em todas as fases da vida, mulheres reuniam-se, apoiavam-se e aprendiam umas com as outras. Reunidas em tendas vermelhas e círculos sagrados, as mulheres faziam rituais, celebrando cada ciclo, do nascimento à renovação da vida. Os povos nativo-americanos, por exemplo, realizavam ritos de passagem com o nascimento de novos bebês. Além de fortalecer o Sagrado Feminino, essa era uma forma de a mulher despedir-se ritualmente do período gestacional e dar as boas-vindas às novas vidas que logo nasceriam (a da mulher enquanto mãe e a do bebê).

Essas práticas, somadas a outras cerimônias de culto ao Feminino ao redor do mundo, inspiraram o que hoje se conhece como Chá de Bênçãos. Diferentemente do tradicional chá de bebê, o Chá de Bênçãos tem o objetivo de oferecer acolhimento, encorajamento e apoio à mulher grávida nessa transição pessoal, concretizando simbolicamente o fim do ciclo gestacional e preparando-a para o parto e a maternidade. Além disso, é uma oportunidade para resgatar o Feminino Sagrado a partir da união de mulheres.

No Chá de Bênçãos, geralmente apenas mulheres e crianças podem participar. Realizado em locais mais reservados, a cerimônia pode ter diversos ritos, desde que façam sentido para a mulher gestante. Normalmente, são feitos escalda-pés com óleos essenciais ou plantas medicinais, massagens, pinturas de barriga, danças (do ventre, biodança), confecção de coroa de flores para a grávida, leitura de histórias, etc.

As bênçãos podem ser ditas em voz alta em algum momento do encontro ou serem escritas em papeis, em um caderno ou algo que tenha algum significado importante para a grávida. Além disso, algumas mulheres costumam confeccionar, durante a cerimônia, uma pulseira, colar ou outro objeto que a gestante possa levar para o parto e sinta todo o amor, presença e força do Chá de Bençãos enquanto dá luz à uma nova vida.

Referências:

FAUR, Mirella. Círculos Sagrados para Mulheres Contemporâneas. São Paulo: Editora Pensamento, 2011.