Anatomia e fisiologia da mulher

Fotografia: Camilla Albano

aparelho genital feminino é constituído por órgãos internos e externos. Os órgãos internos consistem basicamente de ovários, tubas uterinas, útero e vagina, enquanto os externos dividem-se em períneo e vulva.

Ovários

São as gônadas femininas e suas principais funções são formação das células reprodutoras femininas (óvulos) e a secreção de hormônios sexuais femininos. Nas mulheres com idade reprodutiva, os ovários têm uma textura granulosa e são do tamanho de amêndoas. Contudo, a textura e o tamanho deles mudam bastante ao longo das fases da vida e do ciclo menstrual.

A unidade funcional dos ovários é o folículo ovariano, célula germinativa cercada por células endócrinas. O folículo fornece nutrientes para o óvulo, libera-o no tempo devido (ovulação), prepara a vagina e as tubas uterinas para ajudar na fertilização do óvulo por um espermatozoide, prepara o revestimento interno do útero para a implantação do óvulo fecundado e mantém a produção de esteroides para o feto até que a placenta assuma esta função.

Tubas uterinas

Também chamadas de trompas de Falópio, as tubas uterinas são dois canais finos que saem de cada lado do fundo do útero e terminam com as extremidades próximas aos ovários, com um comprimento de aproximadamente 10 cm cada. Elas têm como função o transporte dos óvulos que romperam a superfície do ovário para a cavidade do útero e a fecundação desses óvulos.

Como as pontas das tubas ficam próximas aos ovários, elas conseguem captar o óvulo quando ele é liberado durante a ovulação. Esse óvulo, por sua vez, é empurrado em direção ao útero com o auxílio das contrações das tubas uterinas e do movimento dos cílios que as forram. Ainda das tubas, ocorre a fecundação, dando origem ao zigoto, que segue multiplicando células e viajando pela tuba em direção ao útero. Porque a fecundação ocorre na própria tuba uterina é que na laqueadura (ou ligação tubária), cirurgia de esterilização feminina, as tubas são cortadas ou bloqueadas.

Útero

Localizado no centro da cavidade pélvica, o útero tem a função de receber o óvulo previamente fecundado nas tubas uterinas e desenvolver a gestação. Ele pode mudar a sua posição de acordo com vários fatores: o aumento da pressão abdominal o desloca em direção inferior; a pressão digital sobre o colo do útero o desloca para a cavidade abdominal, onde pode ser palpado; o aumento da bexiga o desloca em direção posterior e a distensão do reto, em direção anterior. Durante a gravidez, ele cresce para acomodar o feto, a placenta e a bolsa com o líquido amniótico.

Geralmente sob a forma de uma pera invertida, o útero é formado por tecido muscular e se subdivide em fundo (parte superior, arredondada, onde se encaixam as tubas), corpo, istmo (parte estreita onde se forma o segmento inferior na gravidez – aplicação na cesárea) e colo (ou cérvix, que se encaixa no final da vagina). À parte mais interna do útero dá-se o nome de endométrio, que sofre modificações com o ciclo menstrual, preparando-se mensalmente para receber o óvulo já fecundado. Caso isso não ocorra, apresenta descamação e é eliminado na menstruação, com o sagramento.

No colo do útero, há uma abertura por onde entram os espermatozoides e por onde saem o bebê no parto normal, o sangue durante a menstruação e o fluido cervical. O fluido cervical, ao contrário do corrimento não-saudável, é produzido pelo colo do útero, varia ao longo do ciclo menstrual e está relacionado com a ovulação. Além disso, ele aumenta a sobrevivência dos espermatozoides dentro do sistema reprodutor feminino.

Vagina

É um canal de aproximadamente 7,5 a 10 centímetros que se estende do útero à vulva. Além de ser o órgão de cópula feminino, funciona como ducto de excreção do fluxo menstrual e canal de passagem do feto, no parto normal. Algumas pessoas resumem o órgão genital feminino em vagina. No entanto, ela é somente uma parte dos órgãos internos.

A vagina é elástica o suficiente para acomodar o pênis durante o sexo com penetração e servir de passagem para o fluido cervical, para o sangue e o bebê. Portanto, ela não necessariamente precisa de cortes para ajudar no parto. Além disso, ela tem músculos e é possível fortalecê-los fazendo exercícios como Kegel e Pompoarismo, que ajudam no parto normal, além de prevenir infecções urinárias.

Ela costuma ter algum odor, não necessariamente ruim, e tem PH ácido quando saudável. Por isso,  o uso de sabonetes íntimos na vagina não é recomendado, já que costumam modificar o PH natural da vagina, desprotegendo-a e deixando a mulher mais vulnerável. Também é desaconselhado o uso de ducha vaginal, tendo em vista que a vagina tem um sistema autolimpante. Uma das funções das secreções vaginais é limpar e retirar células mortas. Não lavando por dentro, a flora vaginal não será perturbada. Portanto, lavar externamente é suficiente, preferencialmente somente com água ou usando sabonete de glicerina vegetal sem cheiro. Quanto menos produtos químicos tiver o sabonete, melhor.

À membrana que veda parcialmente a vagina dá-se o nome de hímen. Ele pode variar de forma e tamanho, podendo romper durante atividades físicas, sexo com penetração, permanecendo apenas pequenos fragmentos no local, chamados de carúnculas himenais. Romper o hímen e "perder a virgindade" são coisas diferentes. Além disso, nem todo hímen é rompido e alguns podem desaparecer totalmente ainda no período fetal, antes do nascimento.


Períneo

É um grupo muscular que se localiza na base da pelve, entre a abertura da vagina e o ânus. Resistente e flexível, ele é responsável pela sustentação dos órgãos pélvicos (bexiga, útero, reto, uretra, vagina e ânus) e pela continência urinária e fecal. Importante para os ciclos reprodutivos, ele se estica para permitir a passagem do bebê pela vagina durante o parto normal.

Vulva

Juntamente com o períneo, a vulva corresponde à parte externa do órgão genital feminino e é composta por monte de Vênus, grandes lábios, pequenos lábios, abertura da vagina e clítoris.

Os grandes lábios e os pequenos lábios são dobras de pele e mucosa que protegem a abertura vaginal. Como nem sempre os grandes lábios são maiores que os pequenos lábios, eles costumam ser chamados, respectivamente, de lábios externos e lábios internos. Os grandes lábios (ou lábios externos) ficam entre o monte de Vênus, estendem-se até o períneo e são cobertos por pelos pubianos após a puberdade. Os pequenos lábios (ou lábios internos), durante o processo de excitação, ficam intumescidos e aumentam sensivelmente seu tamanho durante a penetração nas relações sexuais. Eles têm tamanhos e formas diferentes e não são perfeitamente simétricos em nenhuma mulher.

O clítoris é composto de tecido erétil (portanto, com excitação e estimulação, ele incha e fica mais sensível) e se subdivide em glande, corpo e pernas. A parte mais visível por fora é a glande, coberta total ou parcialmente pelo prepúcio, e é extremamente sensível, com cerca de 8 mil terminações nervosas.

Leia a matéria 'A vagina como ela é', da Revista Galileu, 2015.

Outras informações importantes sobre o corpo feminino:
  • Toda mulher adulta tem pelos. Pelos nas pernas, nas axilas, pubianos, nos mamilos, no rosto. Quem geralmente não têm pelos são crianças. Pelos não são nojentos nem anti-higiênicos. Eles têm diversas funções, como proteção física e térmica.
  • As mamas raramente são simétricas, com formas e cores diferentes.
  • As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de tecido glandular, o que torna esses órgãos mais densos e firmes. Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e sendo substituído progressivamente por tecido gorduroso, até se constituir, quase exclusivamente, de gordura e resquícios de tecido glandular na fase pós-menopausa.
  • O aparelho urinário é constituído de rins, ureteres, bexiga e uretra. Contudo, o sistema urinário feminino é diferente do masculino, tendo em vista que, no corpo feminino, o canal da uretra, por onde saem as secreções urinárias, é separado do aparelho reprodutor. No corpo masculino, por sua vez, o mesmo canal no pênis executa ambas as funções - urinárias e reprodutoras.
  • Urinar depois do sexo por penetração vaginal ajuda a prevenir infecções urinárias.


Referências:

CONCEIÇÃO, J. C. J. Ginecologia Fundamental. São Paulo: Editora Atheneu, 2003.

DINIZ, S. G. Fique amiga dela. São Paulo: Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, 2003.

MARTIN, P. P. Manual Introductorio a la Ginecología Natural. 2015.

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